Crônica #7: O casebre






Meu querido diário hoje andando pela floresta negra da morte súbita encontrei uma casa velha de madeira podre de cor escurecida coberta por limos, musgos e vinhas.
Adentrei no casebre, logo vi uma lareira acessa que era protegida por uma parede de pedra, em sua frente havia duas poltronas de couro vermelho. O cheiro de podridão empestava o ar. Suas janelas assim como o chão estavam cobertas de poeira e sujeira. Um pouco distante das poltronas havia uma pequena bancada onde tinha duas taças de cristal, uma vazia e outra com vinho até a metade. As moscas que ali estavam faziam o único ruído que quebrava o silencio perturbador dali. Dei alguns passos adiante e flash muito forte adentrou no casebre pelas janelas e pela porta, a qual deixei aberta. Fiquei cego por alguns instantes, ao abrir os olhos e retomar a visão me deparei com um pentagrama de ponta cabeça desenhado com sangue na parede à minha frente. A porta fechou-se de modo brusco rapidamente, a lareira apagou-se e o lustre começou a piscar freneticamente. Um homem de terno preto surgiu ao meio da escuridão e veio até mim. Ele sussurrou algo e depois se encostou sua mão esquerda em meu ombro, após isso minha visão ficou turva, dores musculares percorrem todo o meu corpo, imagens sem sentido viajam diante de meus olhos, as cores vão de perdendo até tudo ficar preto e branco.
Após essa alucinação, cai em sono profundo, acordei agora sentado em uma das poltronas do casebre e vi o homem fazendo sexo com uma mulher esquartejada com seus membros amarrados com uma corda empalada em uma estaca. E agora o que foi isso? Um sonho, ou um delírio? Ou apenas o efeito da cocaína?