Crônica #1: Zombe - Filho de morto [+16]

Olá NotFouders, esta é a primeira crônica do 404, mas sim ela já foi postada no antigo blog em que eu trabalhava, Terra0. Esta crônica conta a história de Zombe, um "ser" que nasceu de forma peculiar. Bem...Como esta é a primeira, já deixarei claro como é o estilo de minhas crônicas em boa parte delas haverá pelo menos uma característica boêmia, ou seja, sexo, drogas, desordem, assassinato, se você acha que será desconformidade a leitura, eu lhe peço: Não leia.
Zombe, segundo o blog Terra0


 “O silêncio da noite é quebrado por berros e choro. Um homem de terno é jogado na terra úmida pela garoa e a velha bruxa sai de seu casebre com sua horrenda filha abraçado em suas costas. Com um livro de capa feito de couro escrito em alguma língua desconhecida, lança palavras sem nexo e com uma fonética muito diferente em direção do jovem homem. Este se levanta do chão, limpasse e sai em direção opostas.
 ”Se com minha filha não casar, nenhuma outra mulher irá te amar". - alertou a bruxa com sua voz rouca e trêmula. Ignorando, o homem volta para casa pela mesma trilha em que veio. Mesmo após alguns metros de distância ainda podia-se ouvir o gritos de tristeza da jovem monstruosidade vindos da velha cabana de madeira velha.
 Finalmente em casa, uma fazenda de tamanho médio que herdou de seu pai, o jovem retira sua capa preta, senta-se em um pequeno banco de madeira e retira seu cansado pé daquela apertada bota. Sem enxergar muito vai até a cozinha e ascende uma vela que ficava no centro de uma mesa de madeira rústica. Assim que a luz percorre por todo o cômodo, ele percebe que sua mão ficara maior e com alguns poucos pelos iguais a de um defunto, suas unhas apodreceram e sua pele ressecou e ficou cheia de manchas escuras. Assustado corre até o banheiro e visualiza no espelho um ser horrível um homem que parece que acabara de ressuscitar e sair de seu caixão, muito magro, esguio, pálido e com todos os pelos caindo e perdendo a tonalidade. Por alguns instantes não acredita em sua aparência, mas ao passar da madrugada ali enfrente aquele espelho aceita sua condição e resolve isolar-se da sociedade.
                                                        
 Após vender algumas poucas fazendas que herdou de seu pai, Drungorc muda-se para a cidade de Laudalum com o seu sócio, Manbel, com a esperança de que sua teoria estivesse correta que havia uma grande quantidade de metais naquela região. Assim que chegam à cidade constatam que estavam corretos, a terra era avermelhada o que sugeria que havia mercúrio ali, mas eles não podiam comprar a cidade inteira ou simplesmente trazer homens ali e mandarem perfurar a terra. Para resolver tal problema buscam alguma fazenda mais afastada para que possam comprá-la e explorar seu terreno. Depois de conversar com alguns cidadões da cidade descobrem que há uma grandiosa fazenda nos arredores dali em que eles poderiam tentar negociar com o dono.
 Indo na direção da tal fazenda, ambos passam pela frente de um velho casebre. Há uma velha asquerosa na janela que quando os vê grita.
- Por que me ignora, bruxo, se pertenço à mesma classe que você?
Drungorc vira-se rapidamente para a velha.
- O que disse? - pergunta Drungorc
- Não aja como um idiota. Este livro que carrega denuncia sua verdadeira origem... BRUXO!
Manbel continua parada, vendo a discutição de ambos. Assim que ouve aquilo, Drungorc esconde o livro que carregava em sua mão esquerda atrás de suas costas e recua, ignorando-o a velha novamente.
- Na casa aonde tu vás não existe um homem e sim um monstro, sua amizade e dinheiro não será algo bem vindo! - grita a bruxa
Ambos os sócios saem.
Já alguns metros mais distantes da velha, Manbel pergunta:
- Como ela descobriu que você é um bruxo? Somente pelo fato de ver o livro?
- Sim, pois ela também tem um.
Chegando à fazenda, ambos avistam um homem com um longo manto preto, sentado em uma cadeira de madeira.
- Senhor pode conversar? - pergunta Manbel.
- Não! - grita o homem ainda de cabeça baixa com sua grave voz.
- Senhor...
- Não!
Drungorc já impaciente fala para seu sócio.
- Esqueça. A velha estava certa. Vamos tomar a propriedade.
Drungorc abre seu livro e com palavras rápidas lança seu feitiço e deixa o homem paralisado.
Os dois sócios jogam o homem no porão para caso alguém de falta dele e fazem dele um servo.

                                                             
  Para não precisar contratar empregados, Dungorc resolve fazer um antigo feitiço em que revive os mortos para serem seus servos. Por temer ser descoberto ressuscita somente três mortos.
 Em uma noite de bebedeira e muito sexo, Drungorc convida Dellor, o homem de aparência horrenda que se tronou servo de Drungorc e Manbel, para fazer um ménage com uma prostituta ruiva. Com o convite aceito ambos acabam gozando nela e como resultado, Deth, a prostituta ruiva acaba engravidando. O menino nasce com a aparência parecida com a de Dellor, mas muito mais amenizada por conta de sua mãe ser muito bonita.
 Com raiva de Dellor, Drungorc o mata e com pena de Deth, Drungorc a convida para morar ali com eles. Mesmo não sendo seu filho, Drungorc tem um forte amor pelo garoto e o adota e lhe dar o nome de Zombe.
                                                             
Mas assim como seu pai biológico, Zombe tem uma aparência fantasmagórica, mas muito mais amenizada por causa de sua mãe, Deth, que era belíssima.
 Quando criança, Zombe foi apelidado de Necrozoí por Manbel, por ser parecido com os servos da fazenda onde moravam.
Já com 17 anos seu pai o ensina a usar bruxaria. Com 23 anos entra para a Ordem de Bruxos de Candlé, a organização que controlava fazendas no interior de países europeus para o plantio de amentia, substância forte e viciante que era vendida á produtores de cigarros e bebidas alcoólicas. Mesmo Drumgorc sendo o Dux, presidente, de tal ordem, ele não influenciou na entrada de Zombe. Zombe entrou para a ordem por ser um excelente bruxo e virtuoso administrador e negociante.

Drumgorc veio a falecer por tuberculose, na época sem cura, com 76 anos deixando para Zombe a fazenda onde morava, o cargo de Dux na ordem, o livro de bruxarias e todos seus servos.

Manbel e Deth já haviam falecido, ele com 48 anos em um acidente de carro e ela morreu com 21 anos por complicações de saúde após o nascimento de Zombe.

Como sua administração era muito superior do que a de seu pai Zombe veio a enriquecer-se rapidamente aumentando suas negociações. Como se tornou comum sua ida até a cidade para fechar algum contrato Zombe conheceu Shantía, uma bela moça que não se importando com a aparência do burguês casa-se com ele e deste relacionamento nasce três filhos Nald, Faul e Dotu, a única filha do casal.

Zombe com 53 anos e cada vez mais rico e poderoso decide fazer algum que ia contra as leis da sua ordem, fazer um feitiço que lhe torna imortal. Embora seu conhecimento em bruxaria fosse profundo, criar um feitiço só não era difícil, mas a possibilidade de algo dar errado era grande. Após sete anos de tentativas e falhas resultou na morte de seus três filhos, pois Zombe os utilizou como experimentos. Shantía suicidou-se por causa de sua profunda depressão que surgiu assim que Nald morreu fruto de um dos experimentos falhos de Zombe.

Zombe com 61 anos, fracassado em sua tentativa de se tornar imortal e deposto de seu cargo na ordem morre de causas naturais deixando sua fazenda e fortuna abandonadas. Seus servos que nesse ponto já eram milhares, sem um líder perdem o rumo e vão em direção as cidades causando destruição e caos onde passam, ou seja, o apocalipse zumbi começou assim que Zombe morreu.

Os mortos-vivos receberam o nome de Zumbi em homenagem ao seu dono, Zombe.